O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, prometeu, ontem, em Maputo, continuar a apostar na preservação da paz, como condição indispensável para o crescimento sustentável do país.
Na primeira intervenção depois de ter sido empossado para um segundo mandato, o Chefe de Estado moçambicano apontou, igualmente, como prioridade o diálogo para a resolução de diferendos. "Continuaremos - nem que isso nos custe a vida - a defender e promover a paz, o diálogo franco e aberto como mecanismos privilegiados de prevenção e resolução de conflitos", afirmou.
Na presença de cerca de dez mil pessoas, entre as quais Chefes de Estado, como os de Angola, João Lourenço, e de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, Filipe Nyusi encorajou a implementação da democracia no país e convidou toda as forças políticas a engajarem-se no processo que conduza ao alcance da paz em todo o território moçambicano.
À semelhança do que acontece em Angola, o Presidente moçambicano promete combater a corrupção e a impunidade e melhorar o sistema de resolução de conflitos, através dos tribunais.
Nyusi comprometeu-se a respeitar a Constituição da República e desempenhar com zelo e fidelidade o cargo de Chefe de Estado. Dedicar energias com vista à pacificação do país e a resolução dos principais problemas que afectam os cidadãos, sem excepção, é outro compromisso do também presidente da Frelimo, partido no poder desde a Independência, em 1975.
O acto de posse
A cerimónia, que decorreu na Praça da Independência, centro da cidade, foi testemunhada por cerca de 10 mil pessoas, com destaque para representantes de órgãos de soberania, membros das organizações civis, corpo diplomático e convidados.
Além dos Presidentes angolano e português, marcaram igualmente presença os Chefes de Estado da África do Sul, Rwanda, Zimbabwe, Zâmbia, Namíbia, Cabo Verde, Botswana e Maurícias. Ossufo Mamede, líder da Renamo, que contesta os resultados das eleições, esteve ausente.Ossufo Mamede insiste em considerar injustas e ilegais as sextas eleições da História de Moçambique, em que Filipe Jacinto Nyusi foi eleito para mais um mandato de quatro anos.
Os antigos Presidentes moçambicanos, Joaquim Alberto Chissano e Armando Emílio Guebuza, também testemunharam a cerimónia, na qual o diplomata angolano Geoges Chikoti participou como secretário-geral do grupo África Caraíbas e Pacífico (ACP).
O ponto mais alto da cerimónia aconteceu quando a presidente do Conselho Constitucional, Lúcia Ribeiro, conferiu posse a Filipe Nyusi. Da magistrada, Filipe Nyusi recebeu os cinco símbolos do poder: Constituição moçambicana, Bandeira Nacional, emblema da República, Pavilhão Presidencial e o Martelo.
O acto de investidura foi antecedido de orações, ao longo das quais os diferentes representantes religiosos foram unânimes em solicitar ao criador do mundo (Deus) muitas bênçãos para Nyusi colocar Moçambique no caminho da verdade e dedicar todas as energias para pacificar e reconciliar o país, trabalhando para a resolução dos principais problemas que afectam os cidadãos.
A cerimónia de investidura de Nyusi foi ainda marcada por momentos de música, poesia e dança, que evidenciam a cultura diversificada do único país de língua portuguesa banhado pelo Oceano Índico.
Com o Presidente da República estão, em Maputo, o ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, e quadros seniores do Gabinete do Chefe de Estado.
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