Presidente do Tribunal Supremo tentou "amaciar" grevistas com carros e cabazes de Natal

Funcionários judiciais em greve até à véspera do Natal. Os trabalhadores reivindicam a melhoria das condições salariais e de trabalho. Joel Leonardo, o presidente do Tribunal Supremo tentou "amaciar" os grevistas com carros e cabazes de Natal, mas não o terá conseguido, escreve o Maka Angola.



"Opresidente do Tribunal Supremo, Joel Leonardo, tentou amaciar os grevistas com uma série de medidas, em que se incluíam a compra de veículos Toyota Hiace e de cabazes de Natal para os funcionários do tribunal. Esta intervenção foi um desastre, pois, além de não ter evitado a greve, ainda desencadeou uma onda de repúdio nos restantes funcionários judiciais", escreve o site Maka Angola.

Acção, que a ser verdade, se revelou inútil.O colectivo de funcionários judiciais do Tribunal Supremo entrou em greve no passado dia 17 de Dezembro. A greve prolonga-se até ao dia 24, véspera de Natal. Os trabalhadores reivindicam a melhoria das condições salariais e de trabalho, designadamente, a equiparação salarial com os outros órgãos de soberania, como o Tribunal de Contas, o Supremo Militar e o Tribunal Constitucional, podemos ler no site.

E a questão da equiparação salarial é mesmo a questão central. Ainda de acordo com o Maka Angola: "Quando (Joel) Leonardo recebeu esta reivindicação, a solução que encontrou foi levar o assunto ao presidente da República". O Presidente terá nomeado uma comissão ministerial mista para estudar o assunto. E a comissão chegou à conclusão "que a situação da Covid-19 e a crise financeira do Estado impediam que se procedesse à dita equiparação".

O texto do Maka Angola conduz a uma outra reflexão: "A questão que esta greve levanta é de outro tipo e refere-se à aposta efectiva do governo na estruturação do Estado de Direito. Não existirá Estado de Direito e ambiente propício ao investimento sem instituições de justiça a funcionar com credibilidade e eficiência".

Para concluir que "esta greve dos funcionários representa mais outro alerta acerca da necessidade de reforço e operacionalização do sistema de justiça. E, como se vê, a sua solução acaba por transcender largamente o presidente do Tribunal Supremo. Na realidade, Joel Leonardo devia descer do seu gabinete e juntar-se na frente da greve, como sinal de que entendeu que é fundamental mudar as condições na justiça angolana".


FONTE: Camunda News

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