A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, confirmou, ontem, a existência do primeiro caso suspeito de Coronavírus em Angola. Trata-se de um cidadão de nacionalidade chinesa que se encontra sob cuidados médicos na Clínica Girassol.
A informação foi avançada durante uma conferência de imprensa.
“Temos um paciente internado na clínica Girassol, de nacionalidade chinesa, que regressou da China há cerca de 11 dias e apresenta um quadro de tosse e fe-bre”, disse.
Segundo a ministra, o paciente chegou há 13 dias da China e apresenta um quadro de febres altas e tosse, sublinhando que as pessoas que mantiveram contacto com ele estão a ser contactadas, para exames médicos.
Sílvia Lutucuta garantiu que o paciente está em avaliação e não se pode confirmar já se se trata de Coronavírus ou não.
A governante apelou à população a manter a calma e a tranquilidade e reforçar normas de protecção individual e de grupo. “Estamos a tomar as medidas necessárias estabelecidas internacionalmente, sob orientação da OMS, para proteger o país”, garantiu.
Um especialista em saúde pública disse que, tendo em conta o elevado número de chineses que trabalham no país, Angola devia criar, com urgência, uma comissão multissectorial para averiguar os chineses que viajaram para os festejos do Ano Novo naquele país asiátio e que contacto tiveram com Wu-han, o epicentro do vírus. Sublinhou que não basta o controlo pelo Ministério da Saúde nos postos fronteiriços, porque o vírus demora dias para incubar.
Angolanos estão bem
O Executivo tem assegurados todos os mecanismos de comunicação directa com a comunidade angolana na China, sobretudo os estudantes residentes na cidade de Wuhan, epicentro do Coronavírus.
A garantia foi dada ontem, à imprensa, pelo mi-nistro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, no final da sessão ordinária do Conselho de Ministros.
O ministro explicou que as autoridades dos diferentes países foram desaconselhados a procederem à evacuação dos seus cidadãos da China, antes do período de quarentena decretado, que deve terminar entre 1 e 5 do próximo mês.
Manuel Augusto informou que outras medidas de contingência para um período pós-quarentena estão a ser avaliadas, sobretudo, contactos diplomáticos com países interessa dos na evacuação conjunta dos respectivos cidadãos da China. “Há casos de países com um núme-ro bastante ínfimo de cidadãos na China. Nesse caso, será mais lógico fazer a evacuação em coordenação com outros países”, afirmou.
O chefe da diplomacia angolana tranquilizou a população, sobretudo os que têm familiares na China, sublinhando que o Executivo está a monitorizar a situação e atento a qualquer evolução , para garantir a saúde dos mais de 300 estudantes angolanos espalhados pelas várias cidades da China.
Segundo o ministro, até agora nenhum angolano na China foi infectado pelo Coronavirus, salientando que as autoridades angolanas estão em permanente contacto com a comunidade, sobretudo com os 50 estudantes em Wuhan.
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